terça-feira, 15 de maio de 2007

Coluna Grand Prix - Reginaldo Leme: Chegou a hora da Stock

Até pouco tempo atrás o assunto numa roda de gente que gosta de automobilismo era só Fórmula 1. Hoje, mesmo tendo Felipe Massa dentro de uma Ferrari brigando pelo título mundial, já não é sempre assim. Vira e mexe a gente se vê falando de Stock Car , como habitualmente acontece nas divertidas tardes de sábado no Bar Nossa Senhora, no Morumbi, reduto de gente que tem gasolina nas veias. Isso só pode ser resultado de um momento muito especial que vive o automobilismo brasileiro. Coisas desse tipo não aconteciam havia muito tempo.

Em constante evolução desde 2000, a Stock inicia a temporada de 2007 com mudanças importantes como o uso de um pneu de fabricação nacional e um botão no volante que injeta nitro-metano no carburador para facilitar as ultrapassagens. Fora a parte técnica, o campeonato dá a largada com cores e caras novas. Isso é muito bom, embora deva levar um tempo para a gente se acostumar a ver o Losacco fora da Medley, por exemplo. Ricardo Mauricio tem sua grande chance ao substituir Losacco. Outras três mudanças que chamam a atenção são as de Valdeno Brito, agora na JF, Chico Serra na Full Time, Nonô Figueiredo na Officer e Rodrigo Sperafico, na Action Power.

Luciano Burti, da Cimed Action Power (na foto)

A Stock ganha mais dois pilotos com experiência de Fórmula 1, Enrique Bernoldi e Ricardo Zonta (ainda piloto de teste da Renault ). E outros dois com muitas temporadas no Exterior - Thiago Medeiros e José Córdova. Os gêmeos Sperafico voltam a se encontrar na pista, e como rivais. Rodrigo faz sua terceira temporada e Ricardo estréia ao lado de Guto Negrão na nova WA Mattheis. Além de Andreas Mattheis, também a Action Power de Paulo de Tarso terá duas equipes e nenhuma delas com as cores da Petrobras, que passa a ser fornecedora oficial da categoria.

Fora as caras novas em equipes velhas, tem as caras novíssimas que vieram da Light e terão professores especiais. Daniel Serra, de boa estrela e boa técnica, conquistou na pista a vaga da Red Bull-Nasr Castroneves, onde terá Hoover Orsi como referência; Daniel Landi estréia pela Full Time junto com o tri-campeão Chico Serra; Marcos Gomes, que já fez uma promissora "avant-première" no final do ano passado, agora é piloto da Medley ao lado do competente Ricardo Mauricio; e Lico Kaesemodel corre com Ingo Hoffmann na AMG de Mauricio Matos, equipe que teve um dos melhores carros de 2006. Com 50 carros inscritos, as corridas passam a ter treinos eliminatórios porque só 38 serão permitidos no grid. Categoria forte é aquela que tem patrocinadores fortes. O ingresso da Red Bull, que participa dos principais campeonatos do mundo, é o maior indicativo da importância adquirida pela Stock Car, mostrada em quatro páginas na última edição da revista inglesa Autosport. E a Nextel passa a dar nome ao campeonato.

Coincidência, ou não, a Nascar americana, maior categoria de carros de turismo do mundo, é a Nextel Cup. Continuando nossa conversa de botequim, em algum momento surgiu a idéia de todos escreverem em um papel os nomes dos três primeiros colocados no campeonato. Aí é que ficou claro o momento excepcional que a Stock está vivendo. Era simplesmente impossível nomear apenas três nomes. Nem quatro, nem cinco. Fechou-se a questão em seis nomes e, ainda assim, era pouco.

Reginaldo Leme
rleme@warmup.com.br

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