terça-feira, 4 de junho de 2013

Na contramão


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Isso não se refere ao sentido de conduzirmos nossos veículos automotores, obviamente que você entendeu não é? Quero falar sobre a tendência do ´´mercado´´ da moda, ou melhor da ´´empurroterapia´´ que o mercado fonológico hoje faz.
À custa de muito jabá (velho incentivo monetário) as rádios comerciais tocam as músicas de certos artistas para fazer aquele grude no seu ouvido e esse chiclete pegar tanto que você vai acabar cantando a letra mesmo sem gostar da música. Já se pegou fazendo isso? Aposto que sim! Mas calma, infelizmente isso acontece com todo mundo.
E parece que fazem de propósito, parece que a maioria dos lançamentos hoje não repercute bom senso, muito menos música de verdade. Todo bem, posso estar sendo um pouco radical, mas acredito que não estou falando sem ter razão. Eu cresci ouvindo Raulzito, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Camisa de Vênus, Titãs, Ira! e ali eu encontrava letras, sentimentos, sentido nas músicas. Elas diziam coisas que a gente sentia, que eu queria falar, mas que eu não sabia como.
Como era bom ligar o rádio e numa fita K-7 gravar a música para ouvir depois, eu ficava lá torcendo para o locutor não soltar nenhuma vinheta no meio da música para a gravação sair perfeita, e quando saia, como eu vibrava! Nossa, parece que foi ontem que eu ia até a casa do vizinho ligar para a rádio para pedir música. Sim, eu fazia isso, a gente não tinha telefone, pois era caro pra caramba e celular nem existia naquela época.
Já nos dias de hoje, a coisa mudou muito, cada um tem um celular, que infelizmente não tem fone de ouvido e fica ouvindo verdadeiros lixos sonoros com o volume alto, fazendo você ouvir também.
Felizardos são os que como eu, andam na contramão, relembrando músicas do passado que marcaram nossas vidas, que tinham sentido e tentando mostrar para a nova geração que essa música do momento é carente de sentimento e de letras que atravessem os anos sendo verdades incontestáveis, como foram letras de outrora.
Sabe, eu acho que tem muito mais valor a cena underground da tua cidade com bandas locais do que estádios lotados de pessoas que vão ao show porque é a música do momento e todo mundo ouve. Música boa não tem data de validade, não toca o dia todo na rádio, não é empurrada ouvido a dentro na marra, pela força de execução e pela repetição.
Tão velho quando um dinossauro, sou do tempo em que música para ser boa, para ser um sucesso precisava ser gravada, lançada, tocada na rádio, pedida pelos ouvintes, e a banda ter um show lotado por uma platéia que sabia a letra de cor, isso sem falar nas camisetas com as letras estampadas. Hoje o processo se inverteu, a mídia diz que é sucesso, faz rodar sem parar e aí o povo assimila e acredita que aquilo lá é realmente sucesso… Tristes dias esses.
Relembre as músicas boas que já não rodam tanto nas rádios atualmente, apoiem a cena musical da sua cidade, compareça nos shows das bandas locais, essa é a chama que mantém viva a essência da boa música.

Um FORD abraço

Sabugo

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