sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Scania Cabriolet ao estilo V8


Conheça o primeiro pesado Cabriolet, produzido por um dos maiores nomes da Europa no que diz respeito a modificações de caminhões Scania

Onde você busca inspiração? De tanto ser questionado sobre isso, o sueco Sven-Erik Bergendahl Svempa se sentiu de fato motivado a fazer algo que, segundo ele, nunca ninguém havia feito antes. O que leva a crer que os seus lampejos vem da ideia de sempre inovar. E depois de três anos ou 3 000 horas trabalhadas, ele apresentou o primeiro caminhão Cabriolet que se tem notícia no mundo, chamado de Red Pearl 39 — ano de nascimento de seu criador Svempa, como é conhecido em todo continente europeu.


Partindo da premissa de buscar coisas novas para não reproduzir o óbvio, que, segundo Svempa, é comumente visto nos caminhões "tunados", o artista começou seus esboços pela estrutura e, de cara, cortou a cabine do Scania. Por dentro, no intuito de atrair a atenção dos poucos felizardos que adentrarem no caminhão — como a repórter que vos escreve — , Svempa colocou vidro no assoalho entre os bancos, justamente para que possa ser possível visualizar o motor. "Meu intuito foi justamente mostrar o motor do caminhão. É um veículo transformado que, entre as suas inúmeras características, atrai pelo motor", explica Svempa.


E por falar em motor, ele também foi aprimorado. Originalmente, trata-se de um modelo R 500 V8 da Scania — o V8 é o preferido do sueco de 70 anos. Mas, mesmo assim, ele optou por um propulsor mais potente. Para se ter uma ideia, a pressão do turbo é três vezes maior em relação ao original e o caminhão desenvolve de 0 a 100 km/h em 5,5 s.


O 39, como também é chamado carinho samente pelo seu criador, possui agora um motor marinho biturbo de 1 200 cv com velocidade máxima de 200 km/h e é equipado com uma caixa automática Allison. O Cabriolet que já foi apresentado numa feira na Austrália, além de outros países da Europa e Leste Europeu, foi desenvolvido justamente com o propósito de ser um caminhão de show.


O painel e os bancos foram revestidos de couro e os assentos ainda possuem o brasão da Scania. Para dar mais exclusividade ao modelo, Svempa aplicou dois adornos atrás do encosto, do lado externo do caminhão, produzidos de aço cromado, assim como outros detalhes da estrutura. "Prezo pela sobriedade e pelo bom gosto, foi dessa maneira que eu ganhei reconhecimento", ressalta.


Svempa logo adianta que gostaria de vir para o Brasil e apresentar o seu exclusivo modelo, para isso aguarda convite.


Sobre o artista

Sven-Erik Bergendahl Svempa começou no universo dos pesados em 1969, mas muito antes já tinha interesse em tudo o que era automotor. Comprou então, nesse ano, o seu primeiro caminhão, um LS 1965, onde iniciou o serviço de guincho, um braço dos negócios. Ainda naquele ano, ele também comprou a primeira série do V8, o L140, equivalente ao LK no Brasil — no LK, o eixo dianteiro fi ca em torno de meio metro à frente, o que o diferencia do L140 europeu. No início dos anos 1980, então, Svempa começou a transformar caminhões como hobby. O primeiro modelo foi o R 142H 6x2 e, por ele, na Holanda, Svempa recebeu um prêmio por ter produzido o caminhão mais bonito da Europa. Ele é um pioneiro nessa personalização de veículos pesados o que o tornou respeitado.


Indagado sobre a razão de só reestilizar Scania, Svempa rebate se tratar da fabricante que produz um motor V8 e numa tentativa dele de mudar para outra marca, não foi feliz, “o motor não era V8 e não tinha o mesmo desempenho”, completa a razão da sua fidelidade a marca.


Conforme os anos foram se passando, Svempa foi se aprimorando e, cada vez mais, sendo notado pela mídia, recebendo prêmios, inclusive, em outros países da Europa. Contudo, acabou sendo notado pela Scania, inclusive a fabricante adotou o conceito dele e fornece para os mercados do mundo inteiro, especialmente o europeu, caminhões personalizados do artista. Vale dizer, eles chegam a valorizar em torno de 20% quando assinados por Svempa.


Caminhões de show ele produziu mais de 50 e hoje, tem 10 modelos em sua frota. E no negócio de guincho, ele possui dois veículos.





(Transporte Mundial - Fernando Fischer / Texto: Andrea Ramos, de Estocolmo, Suécia)

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