terça-feira, 17 de junho de 2008

Entre tanques e blindados, carros antigos fazem sucesso no Rio



Evento organizado por quatro amigos teve mais de 300 expositores.
Só competem carros com, no mínimo, 25 anos e de montadoras nacionais.
Ao som de sucessos da Jovem Guarda e do rock romântico dos anos 60 e 70, o 7º Encontro de Veículos Antigos Nacionais do Rio de Janeiro deixou surpreso os seus organizadores – quatro amigos reunidos na sigla AMGH Antigomobilistas - por dois motivos: o número não calculado de visitantes e pelo total de expositores, que ficou acima dos esperados 300 veículos.


Com a entrada franca, o Museu Militar Conde de Linhares, no histórico bairro de São Cristóvão, conhecido por ser o endereço da Família Imperial no Brasil a partir de 1808, foi tomado por um público interessado em ver e tocar os carros que contam um pouco da história da indústria automobilística do país e fazem parte da memória da sociedade.


"Enquanto estiver estressando pouco, a gente toca (o projeto). Quando estiver estressando demais, a gente pára", resume Guilherme Almeida, o G da sigla AMGH, dono de um Aero Willys. As outras letras são A de Armando Almeida, dono de um Chevette; M de Max Bezerra, dono de um Puma; e H de Hélio Gomes, que expõe um Fusca. A história do grupo está na internet.




Entre veículos militares

Armando Almeida explica que os quatros optaram por não formar um clube de carros antigos para evitar a rigidez dos regulamentos. Desde 2002, eles realizam um encontro mensal e, em junho, fazem reunião anual. O local é o de sempre – o Museu Militar, que tem um rico acervo de veículos militares.


Para estacionar o seu carro entre os tanques, jipes e caminhões militares, o proprietário tem que provar que o seu veículo antigo tem mais de 25 anos de fabricação. Os quatro amigos contam que sempre tiveram o apoio dos militares do museu, que cedem o espaço e põem o seu pessoal de serviço para controlar a multidão que vai ao local e estaciona seus carros novos nas imediações.


Este ano, a única montadora sediada no Rio de Janeiro, a Peugeot Citroën, ajudou na patrocínio do encontro, mas, por estratégia, optou por não fazer qualquer interferência no evento. A companhia criou uma área exclusiva para exibir um Citröen 2 CV Charleston, do ano de 1990, da última série de fabricação, já na unidade de Portugal, e um dos seis a chegar ao Brasil. Lembrou ainda que o primeiro carro a rodar em solo brasileiro foi um Peugeot, importado por Santos Dumont, que trouxe também um segundo Peugeot.


Entre os carros em exposição, o que mais atraiu interessados foi o Jaguar MK4, do ano de 1948, todo original. O proprietário Fernando Afonso explica que o modelo foi criado, na verdade, antes da II Guerra Mundial porque, passados apenas três anos do fim do conflito, ainda não havia sido retomado o desenho de novas unidades.


O Jaguar tem 3500 cilindradas, freio mecânico, caixa de ferramentas no porta-malas, teto solar, câmbio no piso e mais dezenas de detalhes feitos pelo cuidadoso trabalho do fabricante.


Um carro com quem o dono mantém forte ligações afetivas é o Gurgel Ipanema, do ano de 1970, pertencente à família de Valfredo Gustavo.



Comprado pelo seu pai dele, em 1968, o carro foi entregue dois anos depois, em 1970, e cinco anos antes de Gustavo nascer. Ele leva, na carteira, um foto do pai e da mãe trocando um beijinho à beira mar e a bordo do Ipanema de 1970.


"Eu já tentei saber quantos desses ainda existem, mas me perdi. Sei que tem um em Niterói, teve um outro que o cara comprou e escondeu na garagem de casa", conta Gustavo. Diz ele, sem se preocupar com exatidão nos números, que, no primeiro ano, foram produzidos " 560 e tantos" Ipanema e, no seguinte, "uns 200 e tantos".


(G1)

2 comentários:

Antigos em Foco disse...

Olá,
Excelente seu blog, cobrindo vários assuntos sobre carros.
Sobre a postagem do encontro no Museu COnde de Linhares, realizado pelo AGMH, sou o proprietário do Gurgel. Fui chamado para dar uma entrevista ao repórter do Globo, que não sei como mudou tudo que falei... fazer o que ?
O carro é um QT 1970 (o Ipanema parou em 1969), meu pai comprou em 1970 (primeiro ano em que foi vendido), mas realmente esperou dois anos para comprar, não para receber.
Abração,
Walfredo Gustavo

Leandro Sauerbronn disse...

Eu te conheço, não sei se você lembra de mim, sou o Sauer do Biela Quente, tenho um Del Rey Ghia Branco e um Opala 91 Prata. Não tenho frequentado o Biela mas devo retornar em breve. Abraços