A Blazer é um dos carros mais versáteis do mercado brasileiro. Derivada da picape S10, outro modelo de grande sucesso da Chevrolet no país, a perua é muito procurada por oferecer bastante espaço para a família e versatilidade para o trabalho, qualidade que também coloca o carro no alvo de muitas empresas.
Nesta Avaliação, além de dissecarmos um automóvel com quilometragem muito avançada &ndash a versão 4.3 V6 Executive estava com nada menos que 194.022 km quando chegou à Cobeio Car, responsável por esta análise &ndash fugindo um pouco dos padrões da Avaliação do Reparador para explorar novos perfis de cliente, mostramos um modelo movido a GNV (Gás Natural Veicular) para satisfazer a curiosidade de muitos reparadores quanto à manutenção desses automóveis. Confira todos os detalhes e descubra a seguir informações valiosas para o seu dia-a-dia.
Motor
O proprietário da Blazer é o advogado Roberto Bartolomeu da Silva e Oliveira, que chegou à Cobeio Car quando o veículo apontava 150 mil quilômetros rodados. De acordo com Bartolomeu, a perua é utilizada diariamente (no trajeto casa/trabalho) e também em viagens a São Roque, no interior de São Paulo, durante os fins de semana.
Em 2006, quando o veículo estava com 162.452 km, o motor foi totalmente desmontado devido à formação de borra causada por consumo de combustível de má qualidade. O próprio dono do carro revelou que escolhia o posto no qual abasteceria de acordo com o preço, sem se preocupar com a qualidade do combustível. Naquela ocasião, foram necessárias as trocas do jogo de juntas, do jogo de bronzinas, do balancim, da vareta do tucho, do kit de TBI, das velas e cabos, da bomba e do filtro de combustível.
O kit GNV, com um cilindro de 25 m³, foi instalado cerca de 10 mil quilômetros após a desmontagem do motor. Desta vez, o veículo chegou à oficina para uma revisão básica e troca da embreagem, que já apresentava patinação.
Foram substituídos o platô, o disco e o atuador hidráulico. O volante foi retificado, já que apresentava "sulcos" devido ao contato dos arrebites do disco de embreagem com a peça. O disco apresentava 5,7 mm, enquanto a peça nova tem 8,65 mm. A sangria do sistema foi realizada após a montagem.
O silencioso traseiro do veículo também precisou ser trocado. Com buracos e o cano de saída quebrado, ele pegava no pneu e no feixe de molas traseiro, causando barulhos que eram fonte de reclamação do cliente.
Havia um vazamento de óleo no coletor de admissão, que foi resolvido com a substituição de sua junta. Isso ocorreu devido à falta de aperto quando foi feita a limpeza do motor.
Foi realizada também a troca das velas, de número original AC41-392. O jogo de reposição é o NGK BPR5EFS, que foi instalado com abertura de 0,95 mm. A medida original para o uso do motor com gasolina é de 1,40 mm a 1,64 mm, e as peças da NGK são vendidas com 1,10 mm.
Os filtros de ar, óleo e combustível foram substituídos, assim como o óleo lubrificante. Na Blazer, o filtro de gasolina é do tipo rosca e engate. Os dois coxins do motor, que estavam quebrados, também foram trocados.
Suspensão
A suspensão foi trocada em 2004 em função do elevado tempo de uso e da perda de ação.
Os batentes (limitadores) rachados foram trocados para evitar barulhos de fim de curso. As buchas da barra estabilizadora foram substituídas, pois estavam com folga excessiva. Como os feixes de molas da Blazer não foram trabalhados quando o kit de GNV foi instalado e as buchas dos feixes aparentavam ser originais, ambos foram remontados com buchas novas.
De acordo com os consultores, a necessidade da instalação de molas reforçadas ou de um feixe de molas adicional varia de carro para carro e deve ser analisada no momento da colocação do GNV.
A suspensão dianteira da Blazer não conta com molas helicoidais ou feixes de molas na dianteira. O sistema coloca à disposição barras de torção. Essas, bem como suas buchas, não apresentavam folgas e aparentavam ser originais, por isso não sofreram reparos.
As bandejas inferiores e superiores mostravam folgas em suas buchas, inclusive soltando material, o que obrigou a substituição de ambas. As bieletas estavam com suas borrachas rachadas e foram trocadas. Os pivôs de suspensão foram substituídos há menos de 6.000 km e estavam em condições de uso.
Nesta revisão, o veículo passou apenas por rodízio e balanceamento de pneus e alinhamento de suspensão. Desde que começou a efetuar seus reparos na oficina Cobeio Car, porém, já foram substituídos por três vezes seus braços auxiliares e o braço pitman &ndash o reparador deve ficar atento em relação a essas peças. Na revisão, contudo, ambos estavam em perfeitas condições.
O diferencial blocante da Blazer exige um óleo especial. Para saber se o modelo é equipado com esse tipo de dispositivo, basta levantá-lo no elevador e girar uma das rodas traseiras. Se a outra for para o mesmo lado, a tração é positiva (blocante), caso isso não ocorra ela é convencional.
Freio
Foram substituídos os discos, que estavam com espessura de 25,25 mm, enquanto a mínima recomendada pelo fabricante é de 28,5 mm. Foi realizada também a limpeza no suporte das pinças, que já estavam emperradas devido à sujeira. Por fim, a Cobeio Car realizou a troca do fluido de freio.
Na parte traseira, foi realizada apenas a limpeza, já que há 10 mil quilômetros foram trocados o cilindro mestre, as lonas e o fluido de freio.
Dicas
Dica 1
Se em testes de pressão a bomba de combustível apresentar número inferior a 3,8 bar, a peça deve ser substituída. Outra forma de detectar problemas na bomba é a dificuldade de fazer o motor pegar pela manhã. Caso o carro funcione com a injeção de gasolina ou spray no filtro de ar e durante o dia não apresentar irregularidades, isso é um forte sintoma de falta de pressão na bomba.
Dica 2
Para verificar se o problema é realmente na bomba, o reparador pode fazer um teste: se o carro tiver pré-resistores, ele deve verificar a voltagem que chega à bomba. Caso ela esteja muito baixa, o problema pode ser nessa peça&rdquo, explica Paulo Aguiar, da Engin Engenharia Automotiva.
Cuidado ao reparar a bomba de combustível, pois a peça não tem acesso pela parte superior do tanque, sendo necessário retirá-lo, sempre tomando cuidado com seus engates e contatos, pois eles podem estar folgados.
Este carro dá muito problema de cabo de vela e bobina. O reparador deve ficar atento&rdquo, alerta Danilo Tinelli, da Auto Mecânica Danilo. Outro fato recorrente é a instalação de velas erradas na Blazer. No modelo da Chevrolet, que utiliza velas com assentamento cônico, o reparador deve seguir rigorosamente a especificação recomendada no manual técnico.
O número do motor da Blazer está localizado abaixo do alternador. Para verificá-lo, é preciso remover o alternador e seu suporte.
Algumas vezes, o carro pode acusar marcha lenta muito alta. Quando ele é colocado no scanner, nenhum defeito é acusado. Em seguida, quando o scanner é colocado no parâmetro do sensor de posição de borboleta (TPS), verifica-se que os valores estão dentro da faixa recomendada. Após desligar o TPS, a marcha lenta volta ao normal. Isso é uma irregularidade do TPS, que deve ser trocado&rdquo, diz Eduardo de Freitas, da Ingelauto.
O reparador deve seguir fielmente as recomendações do manual para instalar a embreagem. Caso isso não seja feito, é provável que o carro não dê embreagem ao final da instalação&rdquo, conta Cláudio Cobeio, da Cobeio Car. Confira o procedimento completo de troca de embreagem no site do Oficina Brasil (www.oficinabrasil.com.br).
Quando for trocar a embreagem, o reparador deve ficar sempre atento ao nível do óleo do câmbio. Mesmo que o lubrificante já esteja em falta antes de chegar à oficina, se o cliente tiver algum problema nos meses seguintes, ele provavelmente culpará o reparador, já que, para ele, a troca da embreagem envolveu um serviço de revisão no câmbio.
Entre os defeitos mais comuns encontrados na Blazer estão problemas no potenciômetro, cujo sintoma é a rotação acima do ideal. Nem sempre há memorização do código de falhas, o que dificulta o diagnóstico&rdquo, revela Eduardo de Freitas, da Ingelauto. &ldquoA bomba elétrica com perda de pressão e vazão, que faz o motor ter dificuldade para entrar em funcionamento na fase fria, também é outro problema recorrente&rdquo, completa.
Consultoria Técnica:
:: Aleksandro Viana - Grupo Sahara
(11) 6731-2000 / 7283-1015 - aleksandroviana@gmail.com
www.gruposahara.com.br
:: Cláudio Cobeio - Cobeio Car
(11) 5181-8447 - juliana@cobeiocar.com
www.cobeiocar.com
:: Danilo Tinelli - Auto Mecânica Danilo
(11) 5068-1486
:: Eduardo de Freitas Topedo - Ingelauto
(11) 6941- 2286 / 6192-5359 - ingelauto@ingelauto.com.br
www.ingelauto.com.br
:: Paulo Pedro Aguiar Junior - Engin Engenharia Automotiva
(11) 5181-0559 ou 5183-3073 - p.pedro@terra.com.br
:: Washington Mariano - Washington Motors
(11) 5521-6856 - wsmariano@superig.com.br
Matéria da edição Nº202 - Dezembro de 2007
Texto: Pedro Franco
2 comentários:
olá bom dia muito interessante estes dados sobre o tps,
estou com problemas em uma destas e já troquei o sensor , funcionou meia hora e continuou com falhas, chega aos 4700 RPM dá corte de giros examinei e troquei pra testes quase todos só não troquei , por não ter em estoque o sensor de Rotações. está difícil.
se alguém souber uma dica estou aguardando. Att Daniel Ferreira.
Pr
Daniel percorra todos os fios dos sensores, se não for o sensor de rotação pode ser um mal contato nos terminais, tive um fiat Tipo com este problema e era um fio rompido, só dava defeito com um rpm específico. abs Leandro Sauerbronn
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