A razão de tudo é a preocupação com o meio-ambiente ou, melhor dizendo, com a imagem da categoria ante um público cada vez mais preocupado com as emissões de gases que causam o aquecimento global e com o desperdício do petróleo. Pensando nisso, a FIA, entidade que regulamenta a Fórmula 1, prevê que, nos próximos anos, os carros deverão ser dotados de algum tipo de dispositivo de recuperação de energia.
Energia extra - Simplificando: toda a vez que um piloto pisar no freio no final de uma reta, fazendo a velocidade cair de 200 ou 300 km/h para 100 ou 120 km/h, em vez de dissipar a energia do movimento em calor, parte dela deverá ser acumulada de alguma forma para ser usada novamente. Assim, os carros não só gastarão menos combustível como terão uma força extra armazenada para usar na saída das curvas ou para acelerar mais ao longo das retas.
O princípio proposto pela Flybrid é simples, mas a execução não é nada fácil. O complicado no sistema é como fazer a transferência da energia das rodas para o volante e vice-versa. Para isso, é usada uma transmissão de variação contínua comandada eletronicamente. Assim, seja qual for a rotação do volante, a força é transmitida na dose exata necessária para ajudar na movimentação do carro.
O sistema que está sendo desenvolvido poderá desenvolver uma potência auxiliar de até 80 cv, aumentando em mais de 10% a força disponível em determinados momentos. Todo o conjunto deverá pesar menos de 24 kg e ser compacto o suficiente para não alterar muito o reduzido espaço disponível num carro de Fórmula 1.
Prêmio - Armazenar tanta energia vai requerer que o volante gire a mais de 60 mil rpm, o que exige alta resistência. Para isso, ele é feito de fibra de carbono, material que tem a vantagem extra de, em caso de algum acidente, se desfazer. Para reduzir o atrito, o volante é montado sobre rolamentos especiais e funciona numa câmara de vácuo. O conjunto é blindado e deverá ser submetido a testes de impacto para garantir a segurança.
(Jorge Meditsch - Autoestrada.com)
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