terça-feira, 3 de setembro de 2013

Minguando

rock
Os dias nebulosos continuam pairando em nosso calendário e são nesses dias pesados, compridos que me pergunto sobre o tempo, é a mesma pergunta da canção do Marcelo Nova. Se o tempo não pára, nem chega atrasado, que horas serão quando o tempo mudar para tempo passado? Interessante isso não é mesmo? O que acontece agora, logo será passado, o teu dia a dia pode em um instante virar história, ficar lá, impresso na memória, nunca mais voltar a acontecer.
Eu não faço muito o tipo otimista não, até arriscaria dizer que sou do tipo pessimista, acho que (e meu amigo leitor, tenho provas concretas) a tendência natural das coisas é irem de mal a pior. Sim, existem exceções, mas via de regra se deixar a coisa por si só, vai dar porcaria, é preciso intervir para mudar o rumo, entretanto nem sempre se faz possível essa mudança, nem sempre podemos manipular as várias variáveis do tempo, da vida, dos acontecimentos.
Bem, chega de rodeios, vou direto ao ponto. A coisa toda está minguando, cada dia que passa não é um a mais e sim um a menos! Mais uma banda encerra atividades, não uma banda qualquer, mas uma banda de ROCK com longos anos de carreira, com 22 álbuns de estúdio e várias turnês mundiais. E uma banda dessas com tudo isso acaba sem motivo? Não. A banda acabou porque o fundador, o vocalista não agüenta mais, no auge de seus 66 anos e com doença obstrutiva pulmonar crônica, Dan McCafferty não tem mais condições de usar sua voz rouca que emplacou tantas canções com o Nazareth.
Eu bem sei que tentaram protelar o final, mas o tempo não permite, o fim veio em um show realizado na Suíça, onde após a terceira música ele não pode mais continuar. Eu gosto da banda, fui em um show deles aqui mesmo, no interior de Santa Catarina onde eles fizeram umas 3 turnês, só eles mesmo, qual banda de renome adentra o interior de um país estrangeiro fazendo turnê? Obrigado NAZARETH por isso, por ter músicas pesadas que embalaram minha juventude e por ter baladas que eu ouvi ao lado da mulher que amo e que me marcaram para o resto da vida.
Triste realidade essa do tempo ruim com tudo, perdemos tanto, sempre, é o eterno jogo da velha em que a gente nunca ganha, só perde, quem sabe com muita sorte a gente chega a empatar.
É por isso que digo que a coisa toda está minguando, as bandas de verdade estão acabando, o rock não é mais tão executado pelas rádios que só tocam músicas da moda (mesmo sendo uma porcaria em termos de letras). Hoje não temos mais uma banda que grite contra o governo como fez Legião Urbana, não temos mais pensadores loucos como Raulzito, não temos mais carros feitos de lata que durariam décadas rodando com baixíssima manutenção, nem motores majestosos como os V8 de antigamente.
Mania minha de ser saudosista, hoje qualquer um é sucesso, não precisa ter talento, só saber rebolar e a mídia querer que aquilo seja sucesso. O povo não quer mais pensar, refletir sobre a letra e quanto aos automóveis, não são mais carro de família, são como eletrodomésticos: cheios de fios, feitos de plástico, não duram nada e a qualquer problema a gente troca por um novo e manda aquele para frente.
A coisa está minguando, dia a dia… E uma hora chega a nossa hora também, não vejo muita esperança pela frente, o que salva a estrada é o retrovisor, porque é nele que mesmo indo em frente eu vejo o que já passou, que valeu a pena e que vou levar comigo a diante!
Perdemos uma grande banda, suas músicas ficam, mas o espaço deixado por ela jamais será preenchido!

Um Ford Abraço

Sabugo


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