sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fiat fecha compra de fatia adicional na Chrysler por US$ 1,27 bilhão

Montadora italiana fica perto de assumir o controle da norte-americana.
Com isso, Fiat eleva sua presença no capital da Chrysler para 46%.

A Fiat vai pagar US$ 1,27 bilhão de dólares por mais 16% da Chrysler, em um acordo mais cedo e mais barato do que o esperado pelas empresas. Com a operação, a montadora italiana também fica perto de assumir uma posição de controle na terceira maior fabricante de veículos norte-americana. Com isso, a Fiat eleva sua presença no capital da Chrysler de 30% para 46%, perto de sua meta de 51%.

Ao comprar a Chrysler menos de dois anos após a empresa ter sido socorrida pelo governo norte-americano, em meio à crise financeira e econômica global, a Fiat irá expandir seu alcance para além da Europa, onde vem perdendo market share.

O presidente-executivo da Fiat, Sergio Marchionne, que também preside a Chrysler, disse nesta quinta-feira que trabalhou até a madrugada para chegar a um acordo com a Chrysler e outros investidores para exercer a opção de compra de 16% da companhia no segundo trimestre.

O executivo italiano está negociando financiamentos de um grupo de bancos - entre eles, o Goldman Sachs Corp., Morgan Stanley, Citigroup Inc., e Bank of America Corp. -, para pagar os empréstimos que os governos dos Estados Unidos e do Canadá fizeram à Chrysler em 2009, durante a concordata da empresa.
"Esse é um passo fundamental em direção a completar a enorme integração da Fiat com a Chrysler, iniciado menos de dois anos atrás e que resultará na criação de uma montadora mundial", disse Marchionne em comunicado. "Nós escolhemos acelerar a velocidade para levar ao nascimento, no prazo mais curto possível, de um só grupo capaz de alavancar completamente o desenvolvimento conjunto das respectivas atividades internacionais", afirmou.

A Fiat ressaltou seus planos após chegar a um acordo com os acionistas da Chrysler, que incluem o Departamento do Tesouro do governo americano, os fundos de pensão do sindicato dos metalúrgicos dos EUA e Canadá, o United Auto Workers (UAW, na sigla em inglês), e o governo do Canadá. O aumento de participação da Fiat reduzirá muito a participação atual dos outros acionistas. Atualmente, o fundo do UAW tem 59,2% de participação na Chrysler, o Tesouro americano tem 8,6% e o governo federal do Canadá, bem como governos provinciais canadenses, têm 2,2%. O Citigroup atua como conselheiro da Fiat na transação.

"A transação é um triunfo para Marchionne, que conseguiu convencer o Tesouro americano e o sindicato UAW a deixá-lo fazer o negócio dois anos antes do planejado", disse Max Warburton, analista da Bernstein Research, nesta quinta-feira. "A transação anunciada hoje reflete um alto grau de confiança na recuperação da Chrysler e embora não signifique que a empresa resolveu seus problemas, sugere que Marchionne acredita que está no caminho certo para isso".

O negócio também permite à Fiat consolidar os números da Chrysler em seu balanço antes mesmo de chegar a 51% de participação, tornando o grupo combinado mais forte diante de uma nova rodada de consolidação na indústria prevista por Marchionne.

A Fiat espera ter outros 5% da Chrysler sem desembolso de caixa até o final de 2011, se a empresa norte-americana atingir algumas metas de desempenho.(Auto Esporte)

 

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