terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dodge Journey R/T

Versão topo de linha ajuda a elevar vendas do modelo em 45% no país.
Lista de série tem até câmera de ré, mas faz falta sensor de estacionamento.

Quando lançou o mexicano Journey no Brasil, em 2008, a expectativa da Dodge era que o modelo fosse o cartão de visita da marca no país. Mas a estreia ocorreu dias após as primeiras unidades do GM Captiva, também vindo do México, desembarcarem por aqui e inibirem as vendas do SUV. Nos 12 meses de 2009 foram comercializadas 1.265 unidades, montante registrado pelo utilitário da Chevrolet em apenas um mês.

Neste ano a Dodge ‘acordou’ e desde maio oferece nas concessionárias outras duas versões de seu utilitário esportivo, uma de entrada por R$ 85.900 e outra topo de linha que tem preço sugerido de R$ 107.900. A estratégia mostrou efeito positivo de imediato. De janeiro a abril, quando estava disponível nas lojas apenas a opção SXT, foram vendidas 570 unidades. Depois da estreia das novas configurações, nos quatro meses seguintes, 831 unidades saíram das concessionárias, alta de 45%.

Agora mais confiante, a fabricante quer tirar uma 'casquinha' do Captiva e encerrar 2010 com 2.600 unidades vendidas, o dobro do ano passado. O Journey mira também os clientes da Hyundai, Honda e Toyota, que têm mais tempo de estrada no segmento.


Agressivo por fora, uma 'mãe' por dentro

Na carroceria, as linhas musculosas, a enorme grade dianteira cromada e as rodas de alumínio de 19 polegadas (ante as 17” das outras versões) fazem o utilitário parecer um carro ‘agressivo’. Mas na forma de tratar os passageiros ele se revela uma 'mãe'. É o único entre os rivais a levar até sete pessoas, sendo duas crianças, e todas contam com regulagem de encosto, saídas de ar-condicionado e porta-copos. Se a família não for tão grande, em poucos segundos é possível transformar a cabine para levar mais bagagem. Com as três fileiras de bancos, a capacidade do porta-malas é de apenas 167 litros, menos que o supercompacto Smart, por exemplo, que leva até 220 litros.

Um recurso que deve agradar os pais após a lei que obriga o uso das cadeirinhas nos veículos é a segunda fileira com bancos de elevação. A vocação mais familiar está presente ainda nos diversos compartimentos espalhados pelo carro, sendo que um deles, na parte superior do porta-luvas, é climatizado – podendo ser resfriado ou aquecido por meio do ar-condicionado. Servem de geladeira também outras duas ‘caixas’ no assoalho com capacidade para até 12 latas de 350 ml, cada uma.

Passa longe da esportividade


Em ação o Journey passa longe de quem gosta de esportividade, apesar da suspensão independente nas quatro rodas com regulagem firme, que evita inclinações excessivas da carroceria nas curvas, sem comprometer o conforto em pisos acidentados. O isolamento acústico é cuidadoso e filtra grande parte dos barulhos em velocidade de cruzeiro. Mas, quando o motorista pisa com mais vontade no acelerador, o motor quebra a barreira do silêncio. Os 185 cavalos de potência e, principalmente, os 25,7 kgfm de torque parecem insuficientes para empurrar o carro de quase duas toneladas em arrancadas e durante ultrapassagens.


Outros pecados do Journey são o quadro de instrumentos, muito retangular, que dá a impressão de defasado e não ‘conversa’ bem com o restante do conjunto, e a ausência de um sensor de estacionamento na versão topo de linha. Apesar das imagens traseiras serem transmitidas em uma tela, posicionada no centro do painel, faz falta o alerta sonoro para dar melhor dimensão do espaço, já que não é em qualquer vaga que cabem os quase cinco metros do SUV.(Auto Esportte)

 

Nenhum comentário: