Penske desiste da Saturn e marca deve morrer

O empresário Roger Penske desistiu de comprar a Saturn, uma das divisões de que a General Motors deseja se livrar em seu processo de reestruturação. A não concretização do negócio pode condenar a marca à pura e simples extinção.

O plano de Penske para a Saturn era, em linhas gerais, aproveitar a rede de concessionárias existente para comercializar, sob a marca, carros produzidos por fabricantes diversos, a maioria de fora dos Estados Unidos. Sua proposta, porém, não foi aceita pelo conselho diretor da GM.

Em nota distribuída hoje, a Penske Automotive explica que, sem essa possibilidade, correria riscos muito altos por não ter certeza da continuidade do fornecimento de produtos e, principalmente, da disponibilidade de novos modelos.

A GM informou que lamenta a desistência e que vai iniciar o desmantelamento da rede Saturn, composta por mais de 350 concessionários, que empregam diretamente mais de 13 mil pessoas.

O processo deve levar vários meses, durante os quais carros da marca continuarão a ser vendidos e a receber assistência. Após a extinção da rede, os veículos serão atendidos pelas concessionárias de outras marcas da GM, como a Chevrolet.

A Saturn lançou seu primeiro modelo em 1990 e deveria, com uma série de sedãs e cupês compactos, competir com as marcas japonesas que expandiam suas vendas nos Estados Unidos. No início, a marca alcançou algum sucesso, conseguindo, em 1993, obter algum lucro operacional. A proposta inicial previa incentivar a produção nos EUA, o que permitiu algumas concessões por parte dos sindicatos de trabalhadores, preocupados com o desemprego. Mas, nos últimos anos, a Saturn transferiu a produção de um modelo para o México e importou o Astra da Bélgica.

Há nove anos, a GM matou também a centenária marca Oldsmobile e, na presente crise, extinguiu a Pontiac.