sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Niki Lauda: 'Fórmula 1 era para homens'

Ex-piloto e Bernie Ecclestone conversam sobre escândalo


Em entrevista ao site oficial da Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda, ao lado de Bernie Ecclestone, presidente da FIA, comentou sobre os novos tempos da categoria e sobre o caso envolvendo Nelsinho Piquet, que causou uma batida no GP de Cingapura em 2008.


- Os tempos são outros e as pessoas são diferentes. Antigamente, antes de ir correr, deixávamos no hotel a informação de quem ia pegar as coisas se não voltássemos, tamanho era o risco de um acidente fatal. Fórmula 1 era para homens, não para rapazes. Hoje os pilotos começam no kart, e com 19 anos estão na Fórmula 1, e ainda não tem o caráter definido. Os carros de hoje são seguros que nem tanques, então esses garotos sabem como ser no carro, mas fora dele, agem de acordo com a idade - esbravejou o tri-campeão.


O presidente da FIA também comentou sobre o caso, e acredita que tudo foi bem armado.


- Os pilotos não se assustam quando sofrem um acidente. Eles batem na parede, se sacodem, e dois segundos depois fazem de novo. O limiar de inibição recua substancialmente. Acho que ninguém suspeitou da armação, naquela altura da corrida, ninguém saberia quem iria ganhar. A batida foi no primeira quarto da corrida e mil coisas poderiam acontecer antes da bandeirada final. É um risco louco e desnecessário, não sei porque Briatore resolveu fazer isso - disse Ecclestone.


Bernie também acha que não se pode generalizar, que porque houve o fato de Nelsinho, que qualquer piloto é capaz de ceder às pressões.


- Nem todos os pilotos sentiriam essa pressão. Não é porque uma pessoa assalta um banco que todos viram potenciais ladrões - raciocinou o presidente da FIA.


Os dois também defenderam a pena e comentaram que ela deve ser cumprida, sem que a Justiça Comum entre na disputa e falaram sobre Briatore.


- Não se pode comparar os veredictos da FIA com sentenças comuns. Eles têm o estatuto há muito tempo, que traz o código de conduta e qualquer um que violar o código pode ser expulso. Flavio tem um coração enorme, mas se alguma coisa vai contra os seus interesses, ele nunca esquece, e eu respeito isso, só conheci uma pessoa assim, o Enzo Ferrari - lembrou Lauda, explicando que ele tinha o típico coração italiano de um lado, e do outro uma pedra.


Ecclestone também comentou sobre a punição e como soube do caso pela primeira vez.


- Quem entra no clube, sabe as regras. Temos que estar preparados para o impossível, ninguém acreditou de primeira no caso de Cingapura, ninguém imaginava que isso pudesse acontecer. Nelson Piquet me disse pela primeira vez em maio, e eu fui até o Flavio ouvir sua versão. Ele negou e disse que era absurdo, e eu acreditei nele. Tenho que separar a amizade do acontecido - referindo à grande amizade que tem com o ex-chefe da Renault.

(Lancenet)

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