quinta-feira, 12 de junho de 2008

Multinacional vai fazer airbags no Brasil



TRW Automotive vai investir R$ 15 milhões na produção do dispositivo.
Projeto de lei pode tornar obrigatório o airbag como item de série dos veículos.

A multinacional norte-americana TRW Automotive vai investir R$ 15 milhões na produção em grande escala do dispositivo de segurança para automóveis no Brasil. A companhia, por meio de um comunicado, disse que a produção vai começar em 2009 e, após dois anos, espera que 31% da frota de automóveis do Brasil contem com este sistema de segurança para o motorista e os passageiros.


A TRW tem duas fábricas no Brasil, em Limeira (SP) e em Lavras (MG), que produzem cintos de segurança, volantes, sistemas de freio e peças para motores. Ainda não está definido qual delas será a responsável pela produção dos airbags. Por enquanto, apenas as empresas Takata, de Jundiaí (SP), e a Autoliv, de Taubaté (SP), montam airbags no Brasil, sendo que boa parte dos componentes são importados. A TRW espera gerar 120 empregos diretos no Brasil.

Airbag pode ser obrigatório

Nos Estados Unidos, quase 100% dos carros contam com este sistema de segurança, e a morte por acidentes diminuiu desde a sua implementação. Atualmente a bolsa que infla equipa 25% dos automóveis produzidos no país. Um projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) torna obrigatório a instalação dos airbags em todos os veículos está em trâmite no Congresso Nacional. O projeto de lei já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e vai para a aprovação no Senado Federal.

Se a lei for aprovada e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o equipamento de segurança deverá ser instalado na parte dianteira do automóvel, protegendo, dessa forma, nos casos de colisão, o condutor e o passageiro do banco da frente. A exigência não será aplicada aos veículos destinados à exportação.

Para entrar em vigor, o projeto precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara e, por causa das alterações que teve, deverá voltar ao Senado para uma nova aprovação. Só depois desse trâmite é que poderá obter sanção presidencial. Se aprovada, a nova exigência deverá ser incorporada ao Código de Trânsito Brasileiro.


Especialistas acham ABS mais eficaz

Segundo o diretor de Segurança Veicular da Associação Brasileira de Engenharia Veicular (AEA), Harley Bueno, a obrigatoriedade do airbag será um grande benefício ao motorista. Mas, na avaliação dele, tornar obrigatório o uso de freios ABS seria muito mais eficiente. "O ABS permite frear em menor espaço e essa é a prioridade, pois evita acidentes. O airbag deve ser um complemento", disse. "A AEA já está elaborando um projeto para pedir pela obrigatoriedade tanto do freio ABS quanto do airbag", completou o diretor de Segurança Veicular.


Assim como Bueno, do diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Fábio Racy, também destaca a preferência para o uso obrigatório do ABS. "Em segurança, toda medida é bem-vinda, mas, em uma escala de prioridades, o ABS viria primeiro", afirmou.



Racy também afirmou que o airbag nem sempre significa um benefício. Segundo ele, há ocasiões em que o mecanismo de segurança deve ser desativado. "Ele precisa ficar a uma distância de 25 centímetros do usuário, caso contrário, precisa ser desligado. Isso é comum com crianças e grávidas."

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