Um novo Fiat Uno vai chegar aos mercados europeus no início de 2009 com uma novidade há muito aguardada: design moderno. O renovado ‘rosto’ do carrinho foi concebido com inspiração clara no Grande Punto, modelo que ressuscitou a Fiat por lá, e deve ser um dos grandes atrativos do carro.
Dificilmente este novo Uno ganhará o ‘chão’ da fábrica mineira da Fiat em Betim. Investir num novo carro que seria, no mínimo, R$ 6 mil mais caro, para tirar de linha o antigo, que teve média mensal de 10.700 unidades vendidas em 2007, não seria estratégia das mais inteligentes. E se tem uma coisa que a Fiat brasileira sabe fazer é planejar. No entanto, em março chegou a ser veiculada uma informação de que a Fiat faria um carro de baixo custo no Brasil, Rússia, China e Índia. E que esse carro seria o Uno baseado no Palio, com valor de produção de cerca de 5 mil dólares — em torno de R$ 9 mil.
Juntadas todas essas informações extra-oficias, a conclusão possível é que sim, o novo Uno será produzido para os países europeus chamados de ‘emergentes’. E que, pelo menos em futuro próximo, o modelinho não ganhará cidadania brasileira por causa de um simples motivo: o próprio consumidor daqui, que ainda faz o antigo Uno — que tem em seu interior a mesma luz de cortesia do antigo 147 — ter vendas expressivas.
E a posição oficial da Fiat repassada pelo departamento de comunicação só respalda esta conclusão: "O Uno Mille é o terceiro carro mais vendido do Brasil e tem como vantagem apresentar a melhor relação custo/benefício do mercado. Por isso, não teria nenhum propósito produzir um substituto dele aqui. O Mille ainda vai durar muito tempo no mercado brasileiro".
O visual mostrado em nossas páginas foi criado pelo site inglês Infomotori através de fontes da marca na Itália e pode ser ‘confirmado’ pelas fotos do modelo rodando disfarçado. Entretanto, algumas informações técnicas já vazaram na Internet. Entre elas, a de que o novo Uno usa uma plataforma encurtada do Punto e medirá 3,70 metros de comprimento. Sob o capô, porém, a Fiat trabalha num moderno motor dois cilindros turboalimentado, capaz de gerar quase 100 cv de potência máxima — e com um consumo próximo ao de um motor 1.0 com quatro cilindros. As outras unidades disponíveis serão os conhecidos 1.4 turbo a gasolina e 1.9 turbodiesel.
OLHO NA GLOBALIZAÇÃO
O Uno foi o primeiro carro mundial fabricado pela Fiat. Foi lançado no dia 20 de janeiro de 1983, em Cabo Canaveral, na Flórida, para substituir o longevo 147. Certo de que o conceito de globalização não faria bem a seus cofres, a Fiat deu ao Uno uma missão das mais difíceis: tentar impedir a invasão japonesa no segmento de modelos pequenos no Velho Continente. Para isso, o modelinho tinha atributos interessantes, como o maior espaço interno da categoria e um conjunto de suspensão formidável para a época, com eixo de torção na traseira e McPherson com mola helicoidal na frente. Essas caraterísticas fizeram o Uno ser eleito o carro do ano na Europa e também aqui, pela revista Autoesporte. Depois do sucesso do hatch, com a criação até de uma versão 1.4 turbo de 105 cv, o Uno ganhou três variações em sua ‘família’: o sedã Prêmio, a station wagon Elba e a pick-up Fiorino, que deixaram de ser produzidas em 94, 96 e 2002, respectivamente.
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