segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

VW Phaeton


Foi com o lendário Fusca que a Volkswagen AG ficou conhecida como a marca do "carro do povo". Como o significado de seu nome anuncia, a empresa alemã começou seus dias fazendo um automóvel barato e acessível, que acabou se proliferando pelo mundo inteiro. Sete décadas depois, ela almeja um novo consumidor ao apresentar, no 72°. Salão de Genebra, o grande e luxuoso sedan Phaeton. O modelo deixa claro: Mercedes-Benz Classe S, Audi A8 e BMW Série 7 que se cuidem.



Não é exagero dizer que nunca houve um Volkswagen como esse. Embora seja um bom carro, o Passat não tem o prestígio e a "aura" que um Audi, um BMW ou mesmo um Lexus evocam. Mesmo compartilhando motores e elementos de acabamento, Audi e VW não se equiparavam quando o assunto era os modelos de topo. Agora tudo pode ser diferente. Com o Phaeton (pronuncia-se "fíton") a VW espera repartir o bolo dos mais ricos com um modelo que esbanja luxo e tecnologia.


São 5,05 metros de comprimento por 1,90 m de largura, com entreeixos de 2,81 m -- espaço de sobra, sobretudo para quem viaja atrás. Já o motor é um caso à parte. O primeiro é o VR6 de 3,2 litros, que desenvolve 241 cv de potência, o mesmo do Golf R32 e do novo Audi TT V6. O câmbio é manual de seis marchas, como nos melhores esportivos, ou o famoso Tiptronic de cinco velocidades.


Em breve haverá uma versão turbodiesel, de 10 cilindros em V e 5,0 litros, que despejará 313 cv nas quatro rodas através da tração integral 4Motion -- o diesel mais potente do mundo em um carro de passeio. Conta com o câmbio Tiptronic de seis marchas, onde as mudanças podem ser feitas por "borboletas" instaladas na parte posterior do volante, como num Fórmula 1.

Mas a grande coqueluche é o motor de 12 cilindros em W (lançado no A8 da geração anterior) e 6,0 litros, com comando de válvulas de variação contínua para admissão e escapamento e lubrificação com cárter seco. Com nada menos que 420 cv de potência e 56,1 m.kgf de torque a 3.000 rpm -- com 1.900 giros já tem 90% da força disponível --, promete ser uma referência no segmento. São 6,1 segundos para quebrar a barreira dos 100 km/h levando os nada modestos 2.319 kg do veículo.


Na verdade trata-se de uma evolução do famoso VR6 -- neste caso, são dois motores V6 montados juntos, em 15°, ligados pelo virabrequim. Configuração inédita que se expressa em números, como os 250 km/h de velocidade máxima -- limitada, diga-se de passagem, por um acordo entre o governo alemão e alguns fabricantes. Sem o limite, em testes da própria fábrica o carro passou dos 300 km/h.


A segurança não fica atrás. São oito bolsas infláveis espalhadas pelo interior do veículo e o que há de mais avançado em eletrônica: freios ABS, assistência adicional e distribuição de frenagem, controle de tração, de estabilidade e do freio-motor, monitoramento constante da pressão dos pneus.

A suspensão, projetada inicialmente para o novo A8, recebeu modificações para o modelo da VW. Independente nas quatro rodas, possui quatros níveis de atuação: normal, Comfort, Sport e Sport II. Além disso, há três posições de altura em relação ao solo: normal, elevado (em 25 mm) e rebaixado (em 15 mm em relação ao normal). Esta última posição é ativada automaticamente a partir de 160 km/h.


Nem é preciso dizer que esse carro prima pelo luxo e requinte. O couro é artigo de praxe em revestimentos dos bancos, volante, câmbio e painel. Alguns toques de bom gosto ficam por conta da madeira de lei aplicada nas portas e painel, incluindo a moldura do relógio oval, que se retrai ao ligar a ventilação para que apareçam os difusores de ar.


O ar-condicionado é totalmente eletrônico: os quatro ocupantes podem escolher individualmente a temperatura; o sistema controla também a umidade, para evitar o ressecamento do ar. Além disso, dois filtros de carvão ativado garantem a pureza do ar dentro do habitáculo.



No centro do painel há uma tela de cristal líquido que integra vários comandos. Para isso também existem nove botões, sendo um giratório, para o controle do sistema de áudio e de navegação, TV, computador de bordo e telefonia. O teto solar possui células fotoelétricas que geram energia para um ventilador, para manter o interior do carro com uma temperatura agradável, mesmo estacionado sob o sol.


O carro, conhecido dentro da empresa com o código D1, é produzido em uma fábrica transparente (toda envidraçada, para que os clientes possam acompanhar a produção) em Dresden, Alemanha, de onde também virá o Touareg, utilitário esporte que a VW pretende trazer já em 2003. Com muitos atributos, o novo topo-de-linha do grupo alemão tem tudo para agradar. O preço do Phaeton? Nada que meio milhão de reais não possa pagar.

Ficha técnica
MOTOR - longitudinal, 12 cilindros em W; duplo comando nos cabeçotes, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 84 x 90,17 mm. Cilindrada: 5.998 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Potência máxima: 420 cv a 6.000 rpm. Torque máximo: 56,1 m.kgf a 3.000 rpm. Injeção multiponto seqüencial.
CÂMBIO - automático, 6 marchas; tração integral.
FREIOS - dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - assistida.
SUSPENSÃO - dianteira, independente, 4 braços; traseira, independente, braço arrastado.
RODAS - 7,5 x 18 pol; pneus, 235/50 R 18 Y.
DIMENSÕES - comprimento, 5,055 m; largura, 1,903 m; entreeixos, 2,881 m; capacidade do tanque, 90 l; porta-malas, 500 l; peso, 2.319 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 250 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 6,1 s.

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