quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Motores a álcool com dupla ignição

Um segredo que a indústria automobilística guarda a sete chaves começa a ser explorado na Universidade: o desempenho de motores a álcool com duas velas por cilindro, ou de dupla ignição. Os ensaios foram realizados nos laboratórios da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) pelo engenheiro mecânico Alexandre Amaral de Almeida, que conseguiu aumentar a potência dos motores em uma média de 10% e estudou as vantagens e desvantagens do sistema. Os resultados dos testes constam da dissertação de mestrado “Ensaio de um motor ice a álcool com dupla ignição”, apresentada na FEM.

Em geral, os veículos de passeio são fabricados com apenas uma vela de ignição. Apenas aviões, por questões de segurança, oferecem o sistema duplo. Mas, hoje em dia, alguns modelos de veículos se utilizam do sistema para diminuir as emissões de gases na atmosfera. “Na ignição dupla, o motor inicia o funcionamento com duas faíscas, a combustão é mais rápida e conseqüentemente, menos poluente”, explica o orientador da pesquisa, professor Caio Glauco Sanchez.

Os ensaios foram realizados usando um motor Volkswagen refrigerado a ar e com dupla carburação (1.61 de cilindrada e taxa de compressão 7,2:1) alimentado com álcool etílico hidratado – motor semelhante aos utilizados em ultra-leves. Segundo Sanchez, foram feitas análises comparativas com ensaios em plena carga e em cargas parciais em equipamento, denominado dinamômetro, próprio para medir a potência de automóveis. “O sistema foi projetado de modo que as centelhas nas duas velas de cada cilindro ocorressem simultaneamente e que fosse possível o controle dos tempos de ignição”.

Com uma modificação relativamente simples, explica Sanchez, os resultados obtidos indicaram melhoria no desempenho para todas as condições de operação, com regimes de carga parcial em que os ganhos superaram os 20% em torque e potência, e em 15% no consumo específico de combustível. “Em se tratando de motor automobilístico, estas porcentagens são bastante significativas”, esclarece.

fonte: RAQUEL DO CARMO SANTOS do Jornal da Unicamp



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