segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

'Qualquer modificação' tem de ser 'mutuamente satisfatória', diz México

Acordo automotivo foi tema de encontros, que prosseguirão no fim do mês.
Governo brasileiro diz que países estão 'empenhados em solução'.

A Secretaria de Economia do México, equivalente ao Ministério da Fazenda brasileiro, informou que "qualquer possível modificação" no acordo automotivo com o Brasil, vigente desde 2003, terá de ser "mutuamente satisfatória" para os dois países, e tendo por objetivo de "incrementar o comércio bilateral".
A declaração foi divulgada por meio da página da Secretaria da Economia na internet após a realização de reuniões, no Brasil, na semana passada, para tratar do acordo automotivo.
Segundo o governo mexicano, o Brasil, por meio do Ministério do Desenvolvimento e do Ministério das Relações Exteriores, solicitou a abertura do comércio, dentro do acordo, para "veículos pesados" (caminhões) e o aumento do conteúdo regional nos veículos leves.
O governo mexicano divulgou ainda que o Brasil se comprometeu a apresentar "propostas detalhadas" até o dia 17 de fevereiro próximo. Os próximos encontros dos negociadores dos dois países, para tratar do acordo automotivo, estão marcados para 28 e 29 de fevereiro, na Cidade do México.
Posição do Brasil
O acordo automotivo com o México voltou à pauta quando o governo brasileiro informou que gostaria de rever os seus termos, argumentando que, pelas regras atuais, ele seria "desequilibrado contra o Brasil", nas palavras do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Em 2011, o acordo automotivou resultou em um déficit comercial para o Brasil.
Na sexta-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o Brasil e o México seguiam "empenhados em buscar solução satisfatória que atenda aos interesses das duas as partes" no que diz respeito ao acordo automotivo entre os países.
O que diz o México
De acordo com o comunicado do governo mexicano, o país teve um déficit comercial acumulado com o Brasil, nos produtos cobertos pelo acordo automotivo, de US$ 12,4 bilhões desde 2003, quando começou o acordo automotivo. O governo do México chegou a informar, na terça-feira (7), que não buscava renegociar o acordo automotivo com o Brasil.
A Secretaria de Economia do México diz ainda que, em 2005, o acordo automotivo gerou um déficit comercial de US$ 2,5 bilhões para aquele país, seu patamar mais alto. Acrescenta que, por conta disso, o presidente do país, Felipe Calderon, implementou "diversas ações" de política econômica para reverter essa tendência favorável ao Brasil, o que permitiu, em 2011, um superávit pouco acima de US$ 600 milhões para a economia mexicana.
Acordo automotivo
O acordo automotivo em vigor isenta veículos da taxa de importação de até 35%, cobrada sobre carros de fora do México e do Mercosul. Pelo acordo, os carros mexicanos ficam isentos do imposto quando agregam ao menos 30% de conteúdo nacional. O mesmo vale para carros brasileiros exportados para o México. Dentre as exigências que o Brasil tentará negociar está uma maior participação do conteúdo regional na produção dos veículos e estender o benefício para caminhões e utilitários.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse na sexta-feira (3) que o acordo automotivo com o México é importante para o país. "Confirmamos a necessidade de manter esse acordo. O acordo não tem data prevista para terminar. O que existe é um processo dentro do governo de reavaliação do acordo, mas não tem nada definido ainda", declarou ele no momento.(G1)

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